quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

A Casa da Rua 13

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A única casa abandonada da Rua 13 era preenchida pelo medo; insondáveis mortes ocorreram ali. Três forasteiros sem abrigo, desconhecedores da fama daquela residência, resolveram pernoitar na habitação. Já instalados, ouviram gemidos e vozes, e sentiram um forte arrepio. Pegaram a única lanterna e foram em direção ao som. Um velho lustre tombado e um esbarrão promoveram uma corrida desenfreada. Cada um, por conta do pânico, foi para um lado, e a lanterna, devido à azáfama, despedaçou-se. As vozes macabras continuavam a perturbá-los. Era uma noite densa; nuvens taciturnas cobriam o céu. Isolados e sem contato entre si, ouviram passos e, com pedaços de madeira que encontraram, armaram-se para duelar, e assim o fizeram.

Principiou o amanhecer. Dois no chão e um de pé; no entanto, o único inimigo que existia naquele lugar havia vencido. O medo, o espectro da morte, os consumira. Os primeiros raios de sol rasgaram o céu que se abriu ao astro rei. O forasteiro sobrevivente pôde observar que não havia opositor algum e, aos prantos, ajoelhado, desabafou: “Nós nos matamos, nós nos matamos”. Essa era a realidade; aquela casa havia feito mais três vítimas, duas de corpo e uma de alma. A casa da Rua 13 continuava com seu ritual singular.


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